26 de out. de 2011

DESTERRO






DESTERRO
Sonia Pallone


"...Há muito tempo sim que não te escrevo...
Ficaram antigas todas as notícias.
Eu mudei, não sou mais a mesma
O encantamento quebrou...
 
As músicas do nosso amor,
estão hoje adormecidas...
Guardei-as num canto qualquer
Arquivei-as, junto com as cartas,
com os poemas e com a minha saudade
que por acaso, hoje bateu...
 
Te vi nos meus sonhos,
e meu coração machucado de lembranças
acordou dolorido...

 
É tudo tão distante...
Tanto espaço vazio ficou, e no entanto,
eu acordei hoje tão perto de você!
Com uma vontade tão grande de
"matar a saudade do longe..."
Uma sensação de perturbação
que me faz desejar
continuar assim, de olhos em desmaio...

 
Não vou te mandar notícias não...
Elas envelheceram comigo
dentro da impiedosa extensão
do meu tempo.
Simplesmente isso..."



17 de out. de 2011

SEM PRESSA




SEM PRESSA
Sonia Pallone
 
"...É como se algo,
 durante  a embriaguez do sono
trouxesse de volta o tempo
e soprasse no instante semi morto
um sonho já velho da infância...
 
Como  se os ponteiros do relógio,
 enferrujados e sem pressa,
  compactuassem seus moribundos segundos
com a espera de uma aurora agonizante..."


11 de out. de 2011



Tropeços

Sonia Pallone


     "...Diante de todos os tropeços que a vida dá...

Diante daquilo que  vivem os homens,

através da noite de todos os tempos,

assistiremos ao  desespero

espargir-se de mundo em mundo...

Eis que despertamos no  sentido inverso,

porque a oração mais aflita

já não consegue fazer éco

no pensamento de Deus...

O cientista já não lê as estrelas

E o poeta  não é mais capaz

de soletrar num coração!.." 



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